Título original: Dune (1965)
Autor: Frank Herbert
Tradução: Jorge Candeias
Editora: Saída de Emergência
Nº de Páginas: 576
Sinopse: "O Duque Atreides é enviado para governar o planeta Arrakis, mais conhecido como Duna. Coberto por areia e montanhas, parece o local mais miserável do Império. Mas as aparências enganam: apenas em Arrakis se encontra a especiaria, uma droga imensamente valiosa e sem a qual o Império se desmoronará. O Duque sabe que a sua posição em Duna é invejada pelos seus inimigos, mas nem a cautela o salvará. E quando o pior acontece caberá ao seu filho, Paul Atreides, vingar-se da conspiração contra a sua família e refugiar-se no deserto para se tornar no misterioso homem de nome Muad'Dib. Mas Paul é muito mais do que o herdeiro da Casa Atreides. Ao viver no deserto entre o povo Fremen, ele tornar-se-á não apenas no líder, mas num messias, libertando o imenso poder que Duna abriga numa guerra que irá ter repercussões em todo o Império..."
Após ter lido várias críticas e opiniões acerca deste livro, e de inúmeras vezes o ter visto nas livrarias, decidi comprá-lo, com o intuito de lhe dar uma hipótese. Confesso que não era um livro que me atraísse muito assim de vista e de sinopse mas a verdade é que acabou por ser um dos livros que mais gostei de ler.
Em relação ao livro propriamente dito, "Duna" é o primeiro livro de uma série escrita por Frank Herbert, sendo que os volumes seguintes ainda não foram publicados (Dune Messiah, Children of Dune, God Emperor of Dune, Heretics of Dune e Chapterhouse: Dune).
Duna é o nome mais comum, utilizado para denominar o planeta Arrakis, um planeta árido e deserto, com condições pouco propícias à vida, em que toda a água tem de ser aproveitada. Este planeta é habitado por um povo chamado fremen, os quais desenvolveram tecnologias e hábitos um pouco peculiares, mas que são essenciais para a sua vivência neste planeta. Hábitos esses como andar sempre com um fato destilatório(aproveita virtualmente toda a água libertada pelo nosso organismo, purificando-a e permitindo a sua reutilização), dormir de dia e realizar as tarefas necessárias à noite, aproveitar os próprios cadáveres para extracção da sua água corporal, entre outros...
No entanto é também o único planeta que possui uma droga chamada "melange" que confere capacidades especiais a quem a consome, nomeadamente clarividência, aumento da esperança de vida, entre outros. Assim, apesar de ser um planeta inóspito é um planeta bastante cobiçado, pois quem o governa controla o comércio da droga, e por consequência, detém assim um poder e riquezas inigualáveis.
No Universo criado pelo autor, existem diversas Casas Nobres, as quais devem obediência e respeito a um imperador (Padixá). O governo do planeta Duna é alternado entre diversas Casas Nobres, sendo que é nesta situação que a história do livro se ínicia. A Casa Atreides, liderada pelo Duque Leto Atreides é encarregue de governar este planeta, o qual era anteriormente controlado pelos inimigos mortais desta Casa (os Harknonnen).
Somos assim colocados no meio de uma intríga política, dominada por jogos de interesse e poder, entre estas duas casas. Em que há constantes tentativas de assassínio dos Atreides por parte dos Harkonnen.
É assim, neste cenário inóspito, num planeta desértico, cheio de inimigos e sem poderem confiar em praticamente ninguém, que Leto, Jessica (sua mulher) e Paul (filho), se vêem colocados.
O enredo desenvolve-se a partir daqui e portanto não irei revelar muito mais, ficando a vosso cargo a descoberta do que se irá passar.
No que diz respeito à escrita, a tradução está muito boa e nota-se bastantes vezes o esforço que o tradutor fez para se manter fiel à escrita do autor. Apesar de no ínicio o enrendo se desenrolar de uma forma mais lenta e para mim um pouco menos interessante, passadas algumas páginas começa a desenrolar-se de uma forma muito mais fluída e interessante, acabando por nos cativar.
Talvez um dos poucos defeitos que tenha a apontar ao livro e uma das razões para o início não ser tão interessante é o facto do autor utilizar diversas palavras e termos que não fazem parte do nosso vocabulário, ou seja, palavras que denominam ou descrevem determinados acontecimentos ou lugares que não são verdadeiros(para nós). Para nos ajudar a "decifrar" é incluído no final do livro um pequeno glossário com a explicação de diversas palavras, no entanto, a velocidade com que nos são mostradas estas palavras no início, gera alguma confusão e repetidas idas aos glossário.
Com o avançar da história começamos a ficar mais ambientados a essas palavras e até a conhecer algumas e portanto, o glossário deixa de ser necessário.
Isto é apenas um pequeno pormenor, que não apreciei tanto, mas nada que faça uma pessoa deixar o livro por ler.
A leitura é bastante interessante e a forma como o autor nos consegue transmitir os pensamentos de cada personagem permite-nos ter uma consciência de tudo o que se está a passar durante o desenrolar da história e dos diversos pontos de vista das personagens, o que a meu ver, torna a leitura muito mais entusiasmante e cativante.
O Universo criado por Frank Herbert é imenso, e muito pouco é explorado neste livro, sendo que apenas ficamos com uma noção mais detalhada de Arrakis.
Em suma, aconselho a este livro a quem goste de ficcção científica e não só, pois se os amantes do genéro rapidamente ficarão cativados, outros que não façam deste genéro o seu preferido, certamente irão gostar do enrendo e da leitura, pois é um livro bem concebido, com uma boa história e a acção.
Fico assim à espera da publicação dos próximos volumes, os quais sem sombra de dúvidas irei comprar.
Nota final: 8/10
What Moves the Dead - Opinião
Há 1 ano
Sem comentários:
Enviar um comentário