domingo, 25 de julho de 2010

O Exército Perdido

Bem após uma ausência prolongada, devido à pouca disponibilidade para ler livros, estou de volta com mais uma análise ao livro que estive a ler durante este tempo todo. Não por ser aborrecido, mas simplesmente porque o trabalho não me permitiu.


Título original: L'Armata Perduta

Autor: Valerio Massimo Manfredi
Tradução: José J.C. Serra
Editora: Porto Editora
Nº de Páginas: 448

Sinopse: "Xenofonte não foi apenas o biógrafo de Sócrates, foi também o comandante militar da famosa Retirada dos Dez Mil. Esta é a sua história - e a história de uma mulher que, por amor, tudo abandonou...
A vitória não é o único caminho para a glória. Ano 401 a.C. - Trinta anos de guerra entre Esparta e Atenas levaram a Grécia ao limite das suas forças. Nesse momento de profunda crise, Ciro, irmão do imperador persa Artaxerxes, decide reunir um enorme exército de mercenários gregos, que passará à História como o "Exército dos Dez Mil". Ainda que tenha anunciado que o seu propósito era combater tribos rebeldes, o verdadeiro objectivo desta marcha de três mil quilómetros continua a ser um dos grandes enigmas da Antiguidade. Depois da morte de Ciro numa batalha, os mercenários ficaram abandonados à sua sorte num território que lhes era hostil. Pouco depois, os chefes gregos seriam aniquilados numa emboscada. Xenofonte, um culto guerreiro ateniense, toma o comando da fracassada expedição e empreende o regresso à pátria. A seu lado, sempre, uma figura de mulher: Abira, a jovem que tudo abandonou para o seguir.
O Exército Perdido narra a épica aventura dos Dez Mil e, simultaneamente, a história de um amor incondicional que nunca vacilou diante das maiores adversidades."


Neste livro é nos dado um retrato verosímil da viagem de 10.000 mercenários, contratados por Ciro para destronar o seu irmão, Artaxerxes, Rei da Pérsia. Entre estes mercenários encontra-se um escritor grego Xenofonte, o qual é o responsável pela escrita de um diário com todos os passos desta épica jornada.

A história é nos contada por Abira, uma jovem que decide acompanhar Xenofonte nesta viagem. É através dela que ficamos a conhecer as diversas personagens, incluindo Xenofonte, e também através da qual ficamos a saber os perigos e obstáculos que estes 10.000 soldados tiveram de enfrentar. Desde o exército do rei persa, as montanhas habitadas por um povo hostil e Invernos rigorosos, tudo nos é explicado por esta rapariga, que o que tinha a menos em força física compensava com uma força interior, sendo o seu esforço e dedicação equivalente ao dos soldados que por tantas provações passaram.

O autor aproveita assim este livro para tentar explicar e justificar determinadas acções e acontecimentos ocorridos durante esta longa marcha, dado que o relato história tem omissões importantes, é nos assim apresentada uma hipótese para o que realmente aconteceu. É um livro bastante detalhado em relação ao percurso, batalhas e dia-a-dia do exército. As intrigas políticas estão bem patentes ao longo da história, sendo que a posição de Esparta em relação à Pérsia é a mais focada. O romance de Abira e Xenofonte está bem realçado ao longo da história, sendo esse aliás a principal razão para Abira nos contar a sua história, dado que foi por amor que esta abandonou tudo e o seguiu nesta aventura.

O autor no final refere também que a história deste livro foi fruto de uma intensa pesquisa, tendo o próprio feito 3 expedições de forma a reconstituir o percurso feito pelo exército, é assim um livro com uma base histórica bastante verosímil e fiel, ao conhecimento que existe acerca desta marcha.

Resumindo é um livro com uma leitura agradável e interessante, sendo no entanto, especialmente recomendado para quem gosta de romances históricos passados nesta época. É também um livro com um suporte histórico bem suportado e portanto quem tem curiosidade de saber um pouco mais acerca deste acontecimento e gosta de romance, é o livro ideal.

Nota final: 7/10