domingo, 18 de setembro de 2011

Razão da ausência

Não desisti de ler, aliás é uma das coisas que mais gosto de fazer... No entanto, não tenho tido grande disponibilidade e vontade para escrever acerca do que leio.

Apesar de parecer fácil é uma tarefa que requer um certo pensamento, uma vez que tem de se criar um texto coerente e que aborde os tópicos mais importantes do livro, para que se consiga dar uma ideia do que o livro transmite. Sem dúvida que é um excelento exercicio mental e que mal não faz, no entanto, com a faculdade e outras actividades o pouco tempo livre que tenho gosto de dedicar a outras coisas.

Ainda não desisti deste blogue, e se arranjar a força de vontade, escreverei aqui as análises aos livros que vou lendo. Estou longe de escrever como um profissional, bem pelo contrário sou do mais amador que pode haver, no entanto, o gosto pela leitura é equivalente a alguém já experiente nestas andanças.

Como gosto de escrever, mantenho este projecto em stand-by acreditanto que voltarei a pegar nele, noutra altura.

Não foi o ano em que mais livros li, mas até agora já foram mais uns quantos para alem do Codex 632

E só para ter também uma ligeira noção do que li até agora:

-Codex 632
-The Spook's Nightmare
-The Spook's Sacrifice
-Oblivio
-O Regresso do Assassino
-Os Dilemas do Assassino
-O Mago


E neste momento estou a ler:

A Dança dos Dragões

sábado, 29 de janeiro de 2011

Duna

Título original: Dune (1965)

Autor: Frank Herbert
Tradução: Jorge Candeias
Editora: Saída de Emer­gên­cia
Nº de Páginas: 576


Sinopse: "O Duque Atreides é enviado para governar o planeta Arrakis, mais conhecido como Duna. Coberto por areia e montanhas, parece o local mais miserável do Império. Mas as aparências enganam: apenas em Arrakis se encontra a especiaria, uma droga imensamente valiosa e sem a qual o Império se desmoronará. O Duque sabe que a sua posição em Duna é invejada pelos seus inimigos, mas nem a cautela o salvará. E quando o pior acontece caberá ao seu filho, Paul Atreides, vingar-se da conspiração contra a sua família e refugiar-se no deserto para se tornar no misterioso homem de nome Muad'Dib. Mas Paul é muito mais do que o herdeiro da Casa Atreides. Ao viver no deserto entre o povo Fremen, ele tornar-se-á não apenas no líder, mas num messias, libertando o imenso poder que Duna abriga numa guerra que irá ter repercussões em todo o Império..."



Após ter lido várias críticas e opiniões acerca deste livro, e de inúmeras vezes o ter visto nas livrarias, decidi comprá-lo, com o intuito de lhe dar uma hipótese. Confesso que não era um livro que me atraísse muito assim de vista e de sinopse mas a verdade é que acabou por ser um dos livros que mais gostei de ler.

Em relação ao livro propriamente dito, "Duna" é o primeiro livro de uma série escrita por Frank Herbert, sendo que os volumes seguintes ainda não foram publicados (Dune Messiah, Children of Dune, God Emperor of Dune, Heretics of Dune e Chapterhouse: Dune).

Duna é o nome mais comum, utilizado para denominar o planeta Arrakis, um planeta árido e deserto, com condições pouco propícias à vida, em que toda a água tem de ser aproveitada. Este planeta é habitado por um povo chamado fremen, os quais desenvolveram tecnologias e hábitos um pouco peculiares, mas que são essenciais para a sua vivência neste planeta. Hábitos esses como andar sempre com um fato destilatório(aproveita virtualmente toda a água libertada pelo nosso organismo, purificando-a e permitindo a sua reutilização), dormir de dia e realizar as tarefas necessárias à noite, aproveitar os próprios cadáveres para extracção da sua água corporal, entre outros...
No entanto é também o único planeta que possui uma droga chamada "melange" que confere capacidades especiais a quem a consome, nomeadamente clarividência, aumento da esperança de vida, entre outros. Assim, apesar de ser um planeta inóspito é um planeta bastante cobiçado, pois quem o governa controla o comércio da droga, e por consequência, detém assim um poder e riquezas inigualáveis.

No Universo criado pelo autor, existem diversas Casas Nobres, as quais devem obediência e respeito a um imperador (Padixá). O governo do planeta Duna é alternado entre diversas Casas Nobres, sendo que é nesta situação que a história do livro se ínicia. A Casa Atreides, liderada pelo Duque Leto Atreides é encarregue de governar este planeta, o qual era anteriormente controlado pelos inimigos mortais desta Casa (os Harknonnen).
Somos assim colocados no meio de uma intríga política, dominada por jogos de interesse e poder, entre estas duas casas. Em que há constantes tentativas de assassínio dos Atreides por parte dos Harkonnen.

É assim, neste cenário inóspito, num planeta desértico, cheio de inimigos e sem poderem confiar em praticamente ninguém, que Leto, Jessica (sua mulher) e Paul (filho), se vêem colocados.
O enredo desenvolve-se a partir daqui e portanto não irei revelar muito mais, ficando a vosso cargo a descoberta do que se irá passar.

No que diz respeito à escrita, a tradução está muito boa e nota-se bastantes vezes o esforço que o tradutor fez para se manter fiel à escrita do autor. Apesar de no ínicio o enrendo se desenrolar de uma forma mais lenta e para mim um pouco menos interessante, passadas algumas páginas começa a desenrolar-se de uma forma muito mais fluída e interessante, acabando por nos cativar.
Talvez um dos poucos defeitos que tenha a apontar ao livro e uma das razões para o início não ser tão interessante é o facto do autor utilizar diversas palavras e termos que não fazem parte do nosso vocabulário, ou seja, palavras que denominam ou descrevem determinados acontecimentos ou lugares que não são verdadeiros(para nós). Para nos ajudar a "decifrar" é incluído no final do livro um pequeno glossário com a explicação de diversas palavras, no entanto, a velocidade com que nos são mostradas estas palavras no início, gera alguma confusão e repetidas idas aos glossário.
Com o avançar da história começamos a ficar mais ambientados a essas palavras e até a conhecer algumas e portanto, o glossário deixa de ser necessário.
Isto é apenas um pequeno pormenor, que não apreciei tanto, mas nada que faça uma pessoa deixar o livro por ler.

A leitura é bastante interessante e a forma como o autor nos consegue transmitir os pensamentos de cada personagem permite-nos ter uma consciência de tudo o que se está a passar durante o desenrolar da história e dos diversos pontos de vista das personagens, o que a meu ver, torna a leitura muito mais entusiasmante e cativante.

O Universo criado por Frank Herbert é imenso, e muito pouco é explorado neste livro, sendo que apenas ficamos com uma noção mais detalhada de Arrakis.

Em suma, aconselho a este livro a quem goste de ficcção científica e não só, pois se os amantes do genéro rapidamente ficarão cativados, outros que não façam deste genéro o seu preferido, certamente irão gostar do enrendo e da leitura, pois é um livro bem concebido, com uma boa história e a acção.

Fico assim à espera da publicação dos próximos volumes, os quais sem sombra de dúvidas irei comprar.


Nota final: 8/10

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal!


 

 Desejo a todos um natal com muita sáude, alegria e algumas prendas, de preferência Livros! =)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

When the Eagle Hunts

Após uma longa ausência...
Não, não desisti deste blogue, apenas tenho lido muito pouco tendo em conta que tenho andado mais ocupado e nos tempos livres me tenho dedicado a outras actividades.

Mas sempre que posso e termino um livro venho cá dar a minha opinião acerca dele. 



Título original: When the Eagle Hunts

Autor: Simon Scarrow
Editora: Headline
Nº de Páginas: 448


Sinopse: "It is the winter of AD 44 and after a series of bloody battles, Camulodunum (modern-day Colchester) has fallen to the invading Roman army.
As General Vespasian, legate (Legatus legionis) of the Second Legion, helps plan their next campaign, General Plautius's wife and children are shipwrecked in a storm. They fall into the hands of a dark sect of Druids who now demand the return of their brotherhood taken prisoner by the Romans.
Two soldiers (Centurion Macro and Optio Cato) volunteer from the Second Legion of Legate Vespasian to venture deep into hostile territory in an attempt to rescue the prisoners before they are sacrificed to the Druid's dark gods. Will Cato and Macro discover where the Druids are hiding their hostages? Can they find some way to rescue them before the time runs out?"

 Há já algum tempo que vejo os livros deste autor e há muito que tinha a intenção de comprar um para experimentar, pois é um estilo que eu gosto e já tinha lido boas críticas.
Numa das minhas idas à Fnac e na procura de um livro, encontrei numa secção de livros com desconto, este livro pela módica quantia  de 5 euros e dedici aproveitar, pois assim satisfazia a  minha curiosidade e não pesava muito na carteira.

Agora falando do que realmente interessa...
Este livro penso que seja um dos últimos desta colecção que acompanha a vida de um Centurião Macro e do seu Optio Cato em diversas missões. Digo isto pois ao longo do livro, são referidas histórias que aconteceram antes e que revelam que esta história se passa num tempo mais avançado em relação a outros livros da colecção.

De qualquer forma, não ter lido os livros anteriores não é de todo impedito, de compreender a história deste e de a conseguir acompanhar.
A história desenrola-se após a conquista de uma cidade na Britânia, ilha que o exército romano, invandiu recentemente e tenta conquistar, de forma a expandir o seu, já vasto território.

O livro inicia-se com a descrição de uma tempestade e de um naufrágio, do qual sobrevivem duas crianças e dois adultos, sendo estes posteriormente capturados por uma facção mais "negra" de Druidas.
Seria isto algo comum nestes dias, não fossem, estas duas crianças e um dos adultos, os filhos e esposa do general que está a comandar a Segunda Legião, na invasão da Britânia.

É este incidente que dá assim o mote para o desenrolar da acção ao longo do livro. A captura e a chegada da informação aos ouvidos do general e a estratégia que é desenvolvida para os recuperar, sendo que no meio disto tudo, quem são os dois soldados chamados para tamanha tarefa? Nada mais nada menos, que Cato e Macro. Os dois embarcam assim numa missão quase impossível, na qual têm de se infiltrar em território inimigo, encontrar os filhos e esposa do general e se possível resgatá-los.

Ao longo do livro acompanhamos assim a vida destes dois soldados e as peripécias e perigos, que estes passam.
A descrição das batalhas está bem conseguida, dando-nos uma imagem da confusão, destruição e morte presentes durante os conflitos que ocorrem, sem no entanto, existir uma descrição excessiva que poderia quebrar um pouco o ritmo frenético a que os combates se desenvolvem.

A organização do exército romano também é descrita de uma forma objectiva e clara, sendo assim possível transmitir sucintamente a forma como o melhor e mais bem treinado exército da altura se organizava.
Em termos de história, o autor fez uma boa investigação e consegue assim transmitir determinados conhecimentos de um forma simples e concisa, sem afectar o desenrolar da história.
Pessoalmente gostei mais da parte final do livro, em que a acção se estava a desenrolar a um ritmo mais rápido, do que no início, em que muitas partes importantes da acção surgem a um ritmo um pouco lento

Em relação à descrição das personagens e dos seus sentimentos e emoções, o autor consegue criar um laço entre as mesmas e o leitor, dando a conhecer algumas das suas reflexões e sentimentos.
A narração da história é fluída, no entanto, tem algumas partes mais "mortas" e que quebram um pouco o ritmo, sendo às vezes um pouco aborrecidas. No entanto, é um livro bom e que se lê rapidamente dado o seu pequeno tamanho.

Resumindo, este é um livro que aconselho apenas a quem goste desta época da história (época romana) e goste de romances históricos, uma vez que o tipo de história e a acção não irá agradar a qualquer leitor. Quem tiver interesse e gostar deste género, este é um livro razoavelmente bom, de leitura rápida e agradável.


Nota final: 6/10

domingo, 8 de agosto de 2010

A Demanda do Visionário

ATENÇÃO: Pode conter spoilers!!


Título original: Assassin’s Quest (2ª parte)

Autor: Robin Hobb
Tradução: Jorge Candeias
Editora: Saída de Emer­gên­cia
Nº de Páginas: 480

Sinopse: "O ver­da­deiro rei dos Seis Duca­dos desa­pa­re­ceu numa mis­são mis­te­ri­osa em busca dos Anti­gos para sal­var o reino da ame­aça dos Navios Ver­me­lhos. O seu irmão usur­pa­dor está deter­mi­nado a impor uma tira­nia cruel e não abrirá mão do poder, a não ser com a pró­pria morte.
Fitz sabe que a única forma de por fim ao rei­nado do prín­cipe usur­pa­dor é ini­ciar uma demanda em dire­ção ao reino das Mon­ta­nhas onde irá des­co­brir a ver­dade sobre as pro­fe­cias do Bobo. Mas a sua mis­são enfrenta um novo perigo com a magia do Talento a pre­ci­pi­tar a sua alma para a beira do abismo.
Con­se­guirá resis­tir à magia e ainda enfren­tar os obs­tá­cu­los que sur­gem à sua demanda?"


Este último livro inicia-se precisamente onde o livro anterior acabou, dado que o livro original foi dividido em dois, e este corresponde à segunda parte.
Neste livro vamos reencontrar determinadas personagens sobre as quais nada se sabia desde o último livro, entre as quais Kettricken, o Bobo e finalmente iremos saber o verdadeiro destino de Veracidade.
É na companhia do Bobo, da Kettricken e de outros duas personagens Panela e Esporana que Fitz parte em busca de Veracidade, o qual partiu em busca dos Antigos, de forma a conseguir auxiliar o seu povo na luta com os Navios Vermelhos.

Neste livro a autora mantém o seu estilo característico. Continua a manter o foco no pensamento de Fitz, personagem que acabamos por conhecer bastante bem e começar até, a nutrir alguns sentimentos acerca do seu destino.
Em certas partes a história desenrola-se muito lentamente, sem grande progresso, no entanto a autora aproveita este tempo morto de forma astuta, dando-nos a conhecer melhor as dúvidas e crises de Fitz, e acabando as partes "mortas" por serem lidas com prazer.

Robin Hobb mantém assim a sua escrita interessante e desperta a curiosidade em cada capítulo, fazendo-nos querer ler mais, acabando o livro por ser lido com uma rapidez considerável.

No entanto, pessoalmente, não gostei muito do desfecho que a história teve e da forma como o final foi apresentado. Neste livro ao contrário de muitos outros, em que os "heróis" têm sempre um final mais ou menos feliz, neste passam por bastantes dificuldades e o final nem sempre é o melhor.
Achei o final apressado, e gostaria que a autora se tivesse prolongado um pouco mais na forma como os Navios Vermelhos foram vencidos e na razão para terem feito o que fizeram.
Mas o ponto que menos gostei foi o destino final que a autora atribuiu a Fitz depois de tudo o que passou achei que merecia melhor, pois todos arranjaram um final consideravelmente feliz, e a Fitz pareceu-me a mim que lhe deu um ar de resignado, aceitando a sua condição solitária sem grandes problemas. Gostaria que tivesse sido dado a Fitz um final mais feliz, na companhia de alguém e a ter a vida pacifica que gostaria, não uma vida de ermita afastado de tudo e todos os que tinham sido importantes.

No entanto não retiro mérito à autora pela excelente saga que escreveu, que me cativou do primeiro ao último livro.
Fico também agradecido à Saída de Emergência por ter apostado nesta saga, e os meus parabéns ao tradutor Jorge Candeias pela excelente tradução (já com o novo acordo ortográfico).

Fica assim o meu conselho para lerem esta saga que não se irão arrepender.

Nota final: 9/10

domingo, 25 de julho de 2010

O Exército Perdido

Bem após uma ausência prolongada, devido à pouca disponibilidade para ler livros, estou de volta com mais uma análise ao livro que estive a ler durante este tempo todo. Não por ser aborrecido, mas simplesmente porque o trabalho não me permitiu.


Título original: L'Armata Perduta

Autor: Valerio Massimo Manfredi
Tradução: José J.C. Serra
Editora: Porto Editora
Nº de Páginas: 448

Sinopse: "Xenofonte não foi apenas o biógrafo de Sócrates, foi também o comandante militar da famosa Retirada dos Dez Mil. Esta é a sua história - e a história de uma mulher que, por amor, tudo abandonou...
A vitória não é o único caminho para a glória. Ano 401 a.C. - Trinta anos de guerra entre Esparta e Atenas levaram a Grécia ao limite das suas forças. Nesse momento de profunda crise, Ciro, irmão do imperador persa Artaxerxes, decide reunir um enorme exército de mercenários gregos, que passará à História como o "Exército dos Dez Mil". Ainda que tenha anunciado que o seu propósito era combater tribos rebeldes, o verdadeiro objectivo desta marcha de três mil quilómetros continua a ser um dos grandes enigmas da Antiguidade. Depois da morte de Ciro numa batalha, os mercenários ficaram abandonados à sua sorte num território que lhes era hostil. Pouco depois, os chefes gregos seriam aniquilados numa emboscada. Xenofonte, um culto guerreiro ateniense, toma o comando da fracassada expedição e empreende o regresso à pátria. A seu lado, sempre, uma figura de mulher: Abira, a jovem que tudo abandonou para o seguir.
O Exército Perdido narra a épica aventura dos Dez Mil e, simultaneamente, a história de um amor incondicional que nunca vacilou diante das maiores adversidades."


Neste livro é nos dado um retrato verosímil da viagem de 10.000 mercenários, contratados por Ciro para destronar o seu irmão, Artaxerxes, Rei da Pérsia. Entre estes mercenários encontra-se um escritor grego Xenofonte, o qual é o responsável pela escrita de um diário com todos os passos desta épica jornada.

A história é nos contada por Abira, uma jovem que decide acompanhar Xenofonte nesta viagem. É através dela que ficamos a conhecer as diversas personagens, incluindo Xenofonte, e também através da qual ficamos a saber os perigos e obstáculos que estes 10.000 soldados tiveram de enfrentar. Desde o exército do rei persa, as montanhas habitadas por um povo hostil e Invernos rigorosos, tudo nos é explicado por esta rapariga, que o que tinha a menos em força física compensava com uma força interior, sendo o seu esforço e dedicação equivalente ao dos soldados que por tantas provações passaram.

O autor aproveita assim este livro para tentar explicar e justificar determinadas acções e acontecimentos ocorridos durante esta longa marcha, dado que o relato história tem omissões importantes, é nos assim apresentada uma hipótese para o que realmente aconteceu. É um livro bastante detalhado em relação ao percurso, batalhas e dia-a-dia do exército. As intrigas políticas estão bem patentes ao longo da história, sendo que a posição de Esparta em relação à Pérsia é a mais focada. O romance de Abira e Xenofonte está bem realçado ao longo da história, sendo esse aliás a principal razão para Abira nos contar a sua história, dado que foi por amor que esta abandonou tudo e o seguiu nesta aventura.

O autor no final refere também que a história deste livro foi fruto de uma intensa pesquisa, tendo o próprio feito 3 expedições de forma a reconstituir o percurso feito pelo exército, é assim um livro com uma base histórica bastante verosímil e fiel, ao conhecimento que existe acerca desta marcha.

Resumindo é um livro com uma leitura agradável e interessante, sendo no entanto, especialmente recomendado para quem gosta de romances históricos passados nesta época. É também um livro com um suporte histórico bem suportado e portanto quem tem curiosidade de saber um pouco mais acerca deste acontecimento e gosta de romance, é o livro ideal.

Nota final: 7/10

sábado, 3 de abril de 2010

A Vingança do Assasino



Título original: Assassin's Quest (1º metade)

Autor: Robin Hobb
Tradução: Jorge Candeias
Editora: Saída de Emergência
Nº de Páginas: 441

Sinopse: "FitzCavalaria renasce dos mortos graças à magia desprezada da Manha, mas a sua fuga das garras da morte deixou-o mais selvagem do que humano. Os seus velhos amigos têm que ensiná-lo a ser um homem de novo, e depois deixá-lo escolher o seu próprio destino. Incapaz de esquecer a tortura a que foi submetido às mãos do príncipe usurpador, Fitz planeia vingança enquanto recupera a sua alma e sanidade. Até ao momento em que o seu verdadeiro rei o chama para o servir numa missão misteriosa com consequências inimagináveis. Numa terra arruinada pela ganância e crueldade onde Fitz se tornou uma lenda temida, ele fará tudo para restaurar a verdadeira regência nos Seis Ducados. Mas primeiro terá que escapar dos seus inimigos que lhe movem uma perseguição sem quartel…"

No livro anterior Fitz é salvo da morte recorrendo ao uso da Manha. Morto para o mundo exterior cabe a Breu e Castro, os únicos que sabem o que realmente aconteceu, voltar a "reanimá-lo". Passando tanto tempo na pele de lobo, Fitz tem de aprender novamente a comportar-se como uma homem e a cuidar de si, sendo a Castro que cabe a tarefa de o ensinar. Sempre acompanhado pelo seu lobo Fitz começa assim a reaprender a ser humano e a comportar-se como tal.

Após um longo período de readaptação Fitz começa a planear vingança contra o responsável pelo que lhe aconteceu. Por ter perdido tudo aquilo que estimava e por lhe ter sido roubada a "vida".
Dividido pelo desejo de vingança para com Majestoso e pela vontade de procurar Veracidade, Fitz vive assim na dúvida do que deverá fazer.
No entanto nem tudo são obstáculos no caminho que Fitz decide seguir, encontrando ajudas preciosas e inesperadas.
Contudo, Majestoso acaba por descobrir que Fitz está vivo e lança uma verdadeira caça ao homem, sendo que a já de si difícil demanda a que se propôs, se torna ainda mais complicada.

Robin Hobb apresenta-nos assim mais um livro do mesmo estilo dos anteriores, com uma boa escrita, envolvente e deixando-nos a curiosidade aguçada para o próximo livro.
Neste livro dado que Fitz se aventura sozinho, a interacção com outras personagens é muito menor do que nos livros anteriores, sentido-se assim falta das personagens às quais já estávamos habituados e com as quais Fitz tinha os laços mais próximos.
Este é um livro mais focado nos sentimentos e pensamentos de Fitz, dado que a sua solidão lhe permite reflectir melhor.

Estamos assim perante mais um grande livro desta autora que nos cativa do início ao fim, com momentos imprevisíveis(outros um pouco previsíveis) mas em resumo a qualidade a que ficamos habituados dos livros anteriores está patente neste. A descrição dos sentimentos e emoções das personagens continua muito boa, permitindo-nos estabelecer uma ligação cada vez mais próxima com as personagens que vão surgindo ao longo da história e principalmente com Fitz Cavalaria.

Aguardo ansiosamente pelo próximo e último volume.


Nota final: 8/10