domingo, 8 de agosto de 2010

A Demanda do Visionário

ATENÇÃO: Pode conter spoilers!!


Título original: Assassin’s Quest (2ª parte)

Autor: Robin Hobb
Tradução: Jorge Candeias
Editora: Saída de Emer­gên­cia
Nº de Páginas: 480

Sinopse: "O ver­da­deiro rei dos Seis Duca­dos desa­pa­re­ceu numa mis­são mis­te­ri­osa em busca dos Anti­gos para sal­var o reino da ame­aça dos Navios Ver­me­lhos. O seu irmão usur­pa­dor está deter­mi­nado a impor uma tira­nia cruel e não abrirá mão do poder, a não ser com a pró­pria morte.
Fitz sabe que a única forma de por fim ao rei­nado do prín­cipe usur­pa­dor é ini­ciar uma demanda em dire­ção ao reino das Mon­ta­nhas onde irá des­co­brir a ver­dade sobre as pro­fe­cias do Bobo. Mas a sua mis­são enfrenta um novo perigo com a magia do Talento a pre­ci­pi­tar a sua alma para a beira do abismo.
Con­se­guirá resis­tir à magia e ainda enfren­tar os obs­tá­cu­los que sur­gem à sua demanda?"


Este último livro inicia-se precisamente onde o livro anterior acabou, dado que o livro original foi dividido em dois, e este corresponde à segunda parte.
Neste livro vamos reencontrar determinadas personagens sobre as quais nada se sabia desde o último livro, entre as quais Kettricken, o Bobo e finalmente iremos saber o verdadeiro destino de Veracidade.
É na companhia do Bobo, da Kettricken e de outros duas personagens Panela e Esporana que Fitz parte em busca de Veracidade, o qual partiu em busca dos Antigos, de forma a conseguir auxiliar o seu povo na luta com os Navios Vermelhos.

Neste livro a autora mantém o seu estilo característico. Continua a manter o foco no pensamento de Fitz, personagem que acabamos por conhecer bastante bem e começar até, a nutrir alguns sentimentos acerca do seu destino.
Em certas partes a história desenrola-se muito lentamente, sem grande progresso, no entanto a autora aproveita este tempo morto de forma astuta, dando-nos a conhecer melhor as dúvidas e crises de Fitz, e acabando as partes "mortas" por serem lidas com prazer.

Robin Hobb mantém assim a sua escrita interessante e desperta a curiosidade em cada capítulo, fazendo-nos querer ler mais, acabando o livro por ser lido com uma rapidez considerável.

No entanto, pessoalmente, não gostei muito do desfecho que a história teve e da forma como o final foi apresentado. Neste livro ao contrário de muitos outros, em que os "heróis" têm sempre um final mais ou menos feliz, neste passam por bastantes dificuldades e o final nem sempre é o melhor.
Achei o final apressado, e gostaria que a autora se tivesse prolongado um pouco mais na forma como os Navios Vermelhos foram vencidos e na razão para terem feito o que fizeram.
Mas o ponto que menos gostei foi o destino final que a autora atribuiu a Fitz depois de tudo o que passou achei que merecia melhor, pois todos arranjaram um final consideravelmente feliz, e a Fitz pareceu-me a mim que lhe deu um ar de resignado, aceitando a sua condição solitária sem grandes problemas. Gostaria que tivesse sido dado a Fitz um final mais feliz, na companhia de alguém e a ter a vida pacifica que gostaria, não uma vida de ermita afastado de tudo e todos os que tinham sido importantes.

No entanto não retiro mérito à autora pela excelente saga que escreveu, que me cativou do primeiro ao último livro.
Fico também agradecido à Saída de Emergência por ter apostado nesta saga, e os meus parabéns ao tradutor Jorge Candeias pela excelente tradução (já com o novo acordo ortográfico).

Fica assim o meu conselho para lerem esta saga que não se irão arrepender.

Nota final: 9/10